domingo, 26 de julho de 2009

Mudança de endereço

O Blog Pensandalto mudou de nome, cara e endereço!


quinta-feira, 23 de julho de 2009

Interatividade pouco interativa

Quando estou no auge de minha leitura de "Amor Líquido" - Zygmunt Bauman, tentando friamente compreender a complexidade e impossibilidade dos laços humanos, me deparo com a situação abaixo:


Por favor me digam que não é verdade!
(Com todo respeito ao que existe as duas pessoas acima, mas eu não acompanho tanta interatividade nada interativa).

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Como ficar conhecida em Edmonton




- Nossa... tem uma menina muito estranha andando pela cidade. Ela tá sempre de blusa e bota quando tá todo mundo com calor.

- Ah! Acho que sei quem é... acho que eu vi ela andando de bicicleta com o capacete ao contrário. Todo mundo tava gritando na rua para avisar ela, mas acho que ela não tava entendendo nada.

- Ué, não foi essa menina que não conseguia abrir a porta do prédio outro dia, e ficava passando o cartão na frente do botão que devia só apertar? Eu fiquei fazendo mil sinais para ela do outro lado do vidro... mas ela não conseguia parar de rir.

- Sei, essa mesma. Ela foi na piscina do prédio outro dia e ficou perdida uma meia hora até conseguir voltar para o apartamento.

- Certeza que foi a mesma menina que prendeu todas as compras do supermercado no elevador... sem ninguém dentro...

- Ah... eu vi ela esses dias tentando sair pelo lado errado do metrô.

- Pois é... acredita que ela deixou a calça dela cair pela janela na frente do meu jardim?

- Acredito. Eu vi quando ela foi buscar e ficou presa no jardim até o guarda ir abrir a porta....

- Nossa... tomara que ela vá embora logo.

domingo, 26 de abril de 2009

Greentube

Tô com preguiça de escrever hoje (tô começando a achar que é um mal de domingo a noite), então aí vão três vídeos da nova campanha do Green Peace que eu achei bem legal. 

As vezes o formato e a forma de contar a história importa mais do que o conteúdo... 

Nossa, isso me faz pensar em tantas coisas assustadoras. 

Ok, vou dormir...






quarta-feira, 22 de abril de 2009

Desenvolvimento Sustentável: é tudo uma questão de afinação!


Post em homenagem ao Dia da Terra! Segue minha visão de tudo isso:

O cérebro humano tem uma altíssima capacidade de pensamento sistêmico, o que faz com que aprendamos as coisas em um ritmo altamente acelerado, por pegarmos partes isoladas de um todo, compreendermos o todo e passarmos a agir condicionados a isso. Tomemos como exemplo quando aprendemos nosso primeiro idioma, ainda nos primeiros anos de vida, apenas ouvindo palavras e frases isoladas, e passando a compreender toda a dinâmica gramatical e fonética da língua.

Isso funciona muito bem no âmbito do indivíduo, mas é notável que a eficiência desse pensamento despenca no âmbito coletivo. Apesar da nossa alta capacidade de trabalhar em equipe, esse processo de aprendizado se torna lento e difícil, pela complexidade em fazer com que todos os indivíduos vejam e acreditem nas mesmas partes, e trabalhem pelo mesmo todo.

Como disse Karl-Henrik Robert, no livro “The Natural Step”, “o pensamento sistêmico parece ter menos a ver com ensinar alguma coisa ao indivíduo e mais com ensinar aos grupos sobre o que parece inteiramente óbvio ao indivíduo”

E qual a importância de entendermos o mesmo todo, por meio de todas as suas partes? Como já descrito nos conceitos da Antroposofia, por Rudolf Steiner, nós humanos funcionamos em três níveis: do pensar, do querer e do agir. E por tanto, tomamos atitudes que sejam condizentes com o que pensamos e entendemos, e com o que temos como objetivo.

E é justamente aplicando esse conceito ao âmbito coletivo e organizacional, que as empresas têm desenvolvido suas estratégias de branding, identificando a essência de sua marca, sua visão de mundo e seus valores, e fazendo com que todos os públicos envolvidos entendam isso e compartilhem da mesma visão. Esse pensamento sistêmico, a longo prazo, reduz os custos de passivos para a empresa, otimiza seus processos agora alinhados, e a sustenta ao longo do tempo. Faz todo o sentido se lembrarmos que as empresas, organizações e comunidades são formado por indivíduos, que agem melhor quando pensam, sentem e querem o que estão vivendo.

E por que raios estou falando tudo isso em um post sobre desenvolvimento sustentável? Porque eu acho que esse é o grande problema da sustentabilidade no Brasil hoje!

Considerando que sustentabilidade é um conceito sistêmico, que engloba aspectos econômicos, sociais, e ambientais de todos nós, para sua valorização e desenvolvimento é preciso que cada um de nós compreenda exatamente do que estamos falando. E mais do que isso: acredite nisso como verdade absoluta!

Para mim, o grande problema do Brasil hoje, é que as pessoas não compreendem nem compartilham dos mesmos valores como cidadãos, e ainda não compreendem do que estamos falando quando defendemos o desenvolvimento sustentável. E nós não cansamos de desenvolver milhões de ações paliativas, pontuais ou contínuas, midiáticas ou tímidas, que sempre se perderão no tempo, pois não constituem um todo que faça sentido internamente para cada um dos indivíduos por elas impactados. E por isso, hoje merecem ser borrifadas!

Não estou dizendo que essas ações não têm valor, pelo contrário. Elas têm um valor potencial que será desperdiçado enquanto não houver a conscientização de cada um de nós.

Sustentabilidade não é sobre plantar árvores pelos sabões vendidos, mas sim sobre como produzir, comercializar, consumir e se desfazer do sabão de uma forma que minimize os impactos ambientais, sociais e econômico destas atividades, garantindo o equilíbrio dos recursos necessários para tais, de forma que elas possam continuar acontecendo a longo prazo.

Não é sobre pedir que você apague as luzes durante uma hora, sem nem saber porque, enquanto naquela mesma noite você vai deixar o seu computador ligado e vai jogar o óleo de cozinha pelo ralo.

Sustentabilidade não é sobre pedir que você consuma de maneira consciente, ou que você recicle todo o lixo produzido em sua residência, ou que você ande menos de carro, é sobre fazer com que seus valores e sua visão enquanto cidadão torne cada uma dessas atitudes naturais e óbvias.

Tomamos como exemplo uma Jam Session (reunião de músicos que tocam e improvisam). Todos os músicos ali presentes tem conhecimento sobre harmonia, rítmica e melodia, e sabem qual a tonalidade da música que estão tocando. Isso faz com que eles improvisem a vontade, sempre respeitando aquele tom. Ninguém precisa dizer a eles o que fazer, ou incentivar que eles respeitem determinados acordes, pois todos eles estão ali com o mesmo objetivo, respeitando a mesma harmonia, o que faz com que o respeito aos acordes da música seja conseqüência natural e óbvia para eles.

Para mim, esta é a grande barreira do desenvolvimento sustentável no Brasil hoje: as pessoas são convidadas o tocar todo o dia, e ordenadas a respeitar determinados acordes, enquanto na verdade, a grande maioria não sabe a tonalidade da música que estão tocando.

 

Principais fontes de inspiração:

The Natural Step – Karl-Henrik Robert

O Espírito Transformador, A essência das mudanças organizacionais no século XXI – Jair Moggi e Daniel Burkhar

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Canada Parte 1 - Primeiras Impressões



Boa noite pessoal!!

Finalmente, depois de uma longa viagem, aqui estou eu no outro hemisfério! 

Para quem ainda não sabe, vim passar uns 40 dias na cidade de Edmonton (Canada) pra descansar, passear e, nas horas vagas vou fazer um curso de marketing da Universidade de Alberta e um curso de História da Arte na MacEwan College! 

Como provavelmente essa terrinha vai ser o tema de alguns posts durante esse mês, vou aproveitar este primeiro para colocar minhas primeiras impressões. Eu sei que elas ainda vão mudar muito nesse mês, mas algumas coisas me saltaram aos olhos logo de cara. Aí vai:


1. Politicamente corretos:

Os canadenses chegam a irritar de tão politicamente corretos que são. Sabe aquela coisa de jeitinho brasileiro, ginga, malandragem? Eles definitivamente não tem essa matéria nas escolas. É realmente triste que isso salte aos olhos dos brasileiros, visto que é uma coisa tão distante de nossa realidade, mas aqui as pessoas realmente respeitam o que deve ser respeitado, e isso gera uma sensação em cadeia de que as coisas devem ser feita da maneira correta e que não existe desconfiança. Alguns pequenos exemplos:

  • Estava atravessando a rua e o farol estava aberto para os carros. Obviamente parei e segurei o braço da minha irmã doida que estava atravessando sem ao menos olhar para o dado. Ela riu e me disse: “Téia, é assim que funciona aqui. É nossa preferência. Se você ficar aí parada o carro também vai ficar parado até você atravessar.” E o melhor de tudo é que era verdade.
  • Estava entrando no metrô e não tem catraca, bilheteria nem nada do tipo. Você tem que validar o seu ticket (que você compra em vários pontos da cidade) em uma maquininha que fica na frente da escada, ou ter sua carteirinha mensal para metrô e ônibus. Quem confere se você tem alguma destas coisas ou se você validou seu ticket? A consciência das pessoas em 99% das vezes. Isso porque de vez em nunca passa um fiscal para validar. Gente!! Isso não é maravilhoso? Eu ofereço o transporte público para vocês cidadãos, em bom estado e funcionando, e vocês pagam para utilizar isso porque é justo. E pronto, é uma relação mutua que não precisa ser fiscalizada (quase utópico para nós brasileiros).

 

2.    2. Termômetro desregulado:

Os canadenses definitivamente não são mamíferos normais, ou possuem algum termômetro interno totalmente desregulado. Imaginem isso: a primeira coisa que fiz ao sair do aeroporto foi comprar um Capuccino quente, fechar o meu casaco e me encolher toda. Eis que encontro atravessando a rua uma criança de shorts, camiseta e chinelo!!! Ah se a Dona Neiva visse isso! Ahaha... Eu sei que essa foi uma caricatura exagerada, mas as pessoas realmente estão comemorando o “calor” daqui, saindo para comer fora, comprando mesas e guarda-sol para colocar no jardim, indo correr no parque e saindo sem casaco. É compreensível que tenham esse comportamento, já que acabaram de sair de um inverno de -30ºC, mas socorro! Nem dá pra disfarçar que sou turista quando saio com minha toquinha, bota e casaco!

 

3.    3. Mania de grandeza:

Eu tomei um susto quando abri o armário da Ju e dei de cara com: 1 pacote de sucrilhos de 1 kg, 1 pacote de cookies com 300.000 bolachas, um molho para salada do tamanho de uma garrafa pet e algumas outras coisas que me fez sentir em um desenho da terra dos gigantes! Sério, exageros a parte, os canadenses têm mania de grandeza. É como se todo o mercado fosse o Sams Clube ou o Makro e todas as embalagens tivessem que sustentar um time de futebol.


4.  Cara de canadense?:

Se nós defendemos que o Brasil é uma mistura de raças, é porque ainda não conhecemos Edmonton. Eu particularmente ainda não consegui definir qual é o biótipo dos canadeneses (em geral, porque dOS canadenses do sexo masculino não foi tão difícil identificar, hehe!). Você olha para um lado e se sente da Coréia, olha para o outro e estamos no Brasil, para a frente estamos na Europa e para trás chegamos no oriente médio.


5.    Pós-sustentáveis:

Como vocês bem sabem, eu tenho grande interesse pelo tema ‘Sustentabilidade’, o que me fez procurar muito cursos desse assunto para fazer aqui no Canadá, já que sabia que o pais está bem a frente nessa área. Admito que não foi nem um pouco fácil encontrar estes cursos aqui em Edmonton, o que me fez pensar em duas hipóteses: ou os caras não tem a mesma preocupação que as grandes cidades canadenses como Toronto, Vancouver e Montreal, ou a coisa já está tão inserida nas práticas cotidianas que o assunto é abordado em outro nível.

Definitivamente estamos na opção dois!

É notável como tudo aqui é pensado de uma maneira que gere um melhor equilíbrio social, econômico e ambiental (famoso tripé da sustentabilidade), e como as coisas já estão inseridas de maneira mais intrínseca as práticas cotidianas de todos os cidadãos, empresas e governo. Não entrei em nenhuma loja , nem andei em nenhum lugar estes dias em que o assunto não fosse abordado ou não estivesse exposto de alguma forma.

Ainda não tem tempo para avaliar quando do discurso é realmente aplicado a uma prática holística... mas já no discurso deu pra perceber que temos muito a aprender!!

 

Por enquanto é só pessoal! 

Beijo grande a todos!

Téia

domingo, 19 de abril de 2009

Não há alternativa! - Por Felipe Zanola

Olá pessoal! Conforme prometido, segue o post do meu amigo, mencionado no post do dia 10 de abril, “Eu quero mudar o mundo. Por onde eu começo?”.


Devo fazer um alerta antes que você prossiga a sua leitura. Sou considerado um tanto quanto prolixo na formulação das minhas idéias. Eu prefiro dizer tudo que tenho pra falar mesmo que não haja o que ser dito. Pecarei por falar demais, mas nunca por me calar. Caso você não concorde em nenhum aspecto comigo, ótimo. Afinal quando duas pedras se chocam sai faísca.

O que pretendo oferecer a vocês nesse texto nada mais é do que uma pílula azul. Muito semelhante com aquela que o Neo ingeriu em Matrix. O diferencial da minha pílula é que vocês podem voltar a realidade depois, se desejarem e conseguirem.

Tenho certeza que muitas pessoas olham o tema da Sustentabilidade de forma muito restrita e até mesmo preconceituosa. Para falar bem a verdade eu não me importaria nenhum pouco se isso não dissesse respeito a mim, mas diz. Aliás diz respeito a todos nós. Sustentabilidade não é abraçar árvores, não é pular no mar para defender as baleias, enfim sustentabilidade não é feita por “ecochatos” desocupados.

Sustentabilidade é algo muito mais realista e menos utópico. O termo Desenvolvimento Sustentável surgiu em 1987 numa série de rodadas da Comissão Brundtland, realizada pela ONU na Noruega. Ao final dessa Comissão especialistas do mundo inteiro elaboraram um relatório que aponta claramente para a incompatibilidade entre os padrões de produção e consumo vigentes e o Desenvolvimento Sustentável. Portanto Sustentabilidade é tudo aquilo que supre as necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras suprirem suas próprias necessidades. Ok, mas o que isso implica na minha vida?

Pense que seus pais tomavam sol sem protetor solar e nem se preocupavam com o câncer de pele. Que na época deles as águas de março fechavam o verão. Na época deles existia o verão. Hoje o que vemos é um desequilíbrio completo do clima. Chuvas previstas para três meses caem em um ou dois dias. O verão é o ano inteiro, o inverno também pode ser. Não existe mais época do ano. Quem nunca saiu agasalhado até a cabeça e o no final do dia estava implorando por um banho gelado? É disso que estou falando, das implicações diretas na sua vida.

 Assistam o documentário “Uma Verdade Inconveniente” e vocês terão a noção exata do efeito destruidor que estamos causando ao Meio Ambiente. Aliás não existe MEIO ambiente, o ambiente é um só, ele é sistêmico e dinâmico. O que é feito de um lado do mundo irá afetar muitos outros lugares. Da época dos seus pais para cá foram menos de 50 anos. Pergunte a eles o que eles faziam que você não faz. Ouça a resposta deles e projete o futuro dos seus filhos.

Quero borrifar todos que acreditam que não tem nada a ver com isso ou que a responsabilidade é exclusivamente das empresas e dos Governos. Não, não é. Não existem empresas, não existem Governos. Existem apenas pessoas. Você por acaso já cruzou com a Microsoft ou com a Unilever em alguma balada? Não, nunca cruzou. Pessoas Jurídicas são feitas por Pessoas Físicas de carne e osso. Antes de sermos publicitários, administradores de empresas, advogados, jornalistas e políticos somos humanos. Pais e mães, irmãos e irmãos, tios e primos, e todos nós somos filhos. Assim como outros 30 milhões de espécies que compartilham o mesmo solo, ar e água que nós. É por isso que chamam a Natureza de Mãe. Porque na verdade é ela quem nos dá a vida. Antes de mais nada saibam que quem tem o poder de dar a vida também tem o poder de tirar. Infelizmente acredito que estamos muito mais para o suicídio coletivo da espécie humana e outras que nada tem a ver com os nossos padrões de consumo e produção.

Para finalizar quero deixar alguns fatores incontestáveis e alarmantes. Existe uma medida que se chama Biocapacidade, que se refere a quantidade de recursos naturais de um determinado território. Em 1961 a humanidade precisava de metade da Terra para suprir suas necessidades. Em 1981 atingimos a marca dos 100%, ou seja consumimos todos os recursos naturais disponíveis para aquele ano. Em 1995 ultrapassamos 10% dessa capacidade. Em 23 de setembro do ano passado atingimos o Earth Overshoot Day, ou seja, antes do ano acabar já havíamos consumido tudo que podíamos. E ai eu lhes pergunto paramos de consumir? Não! Finalizamos o ano ultrapassando 40% de todos os recursos disponíveis. Em 2050 vamos precisar de duas Terras para atender nossos padrões de consumo. Isso não é a opinião de um ecochato, isso é um fato, é um dado. Por isso pensem duas vezes antes de alegar falta de pragmatismo nos meus argumentos. 

O meu ponto não é mais se vamos ser mais sustentáveis. Quanto a isso eu não tenho dúvidas, mesmo que seja por um colapso total dos recursos naturais, teremos que mudar. O meu ponto é conseguiremos reverter a insustentabilidade do nosso sistema a tempo de evitar maiores catástrofes e sofrimento? Estamos dispostos a adotar um ritmo de vida menos impactante? Adotar o modelo Slow life? Eu não oferecerei respostas para essas perguntas. Esperem de mim apenas os questionamentos, as soluções dependem de nós.

Sejamos a mudança que você queremos ver no mundo.

Nesse vídeo uma criança canadense (Severn Suzuki) fala para um grupo de governantes do mundo inteiro durante a ECO 92. É imperdível.

Acho que muitos já viram esse vídeo, mas, quem ainda não se convenceu de o modelo em que vivemos é insustentável assista e me mande contra-argumentos se for capaz.


Story of Stuff

 


Felipe Zanola, 22 anos, é publicitário de formação e atua em sustentabilidade na indústria farmacêutica. 

domingo, 12 de abril de 2009

O Jumento Santo e A Cidade Que Se Acabou Antes de Começar

Para quem ainda não assistiu essa animação de William Paiva, vale a pena!
Bom final de domingo e feliz páscoa para todos.

Bjs



sexta-feira, 10 de abril de 2009

Eu quero mudar o mundo. Por onde eu começo?

Uma conversa com um grande amigo meu esses dias me fez ter certeza de que a ignorância é o melhor caminho para a felicidade.
Eu sempre suspeitei, mas agora confirmei que se eu não soubesse de algumas coisas, ou pelo menos não pensasse sobre elas, eu seria uma pessoa mais tranquila e com certeza mais satisfazível.

Estávamos a conversar sobre como o modelo econômico atual é insustentável (conversa tranquila para um sábado a tarde). Ele falou durante umas quatro horas sobre como o modelo atual de consumo tende a acabar com o modelo de vida que conhecemos, que o planejamento estratégico das empresas é inviável se pensado a longo prazo, que as práticas de sustentabilidade tão valorizadas atualmente são paliativas, mas insuficientes. Chegou um ponto da conversa que eu não conseguia mais entender se ele estava defendendo o socialismo, me convencendo a me atirar na frente do primeiro carro que parasse na rua, ou me convencendo a pedir demissão e sair por aí a salvar o mundo.

Era a terceira opção, o que me deu um certo alívio no momento. Decidimos que devíamos dedicar os restos de nossas vidas pensando modelos e trabalhando para mudar essa realidade (coisas de jovens estranhos), porque se não iríamos nos arrepender daqui há 50 anos (coisas de velhos estranhos).

E por que mesmo que estou postando isso?
Não faço a menor idéia, demorei tanto pra fazer esse post que me perdi. A questão é que levei a sério essa conversa, que tem me atormentado diariamente, e com certeza seria mais fácil se ele quisesse me convencer do socialismo ou de me atirar no carro.

Mas como já disse, já que a designorância as vezes dá um certo trabalho... lá vamos nós mudar os hábitos... repensar as atitudes... e decidir por onde começar.

O próximo post será do meu amigo, afinal não quero ser a única afetada pelas suas conversas desesperadoras. E enquanto isso, deixo aqui uma propaganda da WWF (velha, eu sei), mas que mostra bem o quanto uma pequena atitude nossa pode impactar um todo que nunca conseguiremos visualizar. É claro que a propaganda mostra uma atitude nada pequena, mas acredito que o conceito é o mesmo para coisas mínimas que todos nós fazemos todos os dias sem perceber.



Bjos e hasta....

terça-feira, 24 de março de 2009

Afinal, o que é arte?

Algumas iniciativas da modernidade colocam um limiar tênue e desconhecido entre arte, firulas e vontadedechamaratenção.
Como a discussão do que é arte anda bastante constante, coloco aqui em homenagem aos meus amigos do 'Borrifando' a melhor definição que encontrei.


Beijos!

sexta-feira, 13 de março de 2009

Motivos para nascer antes do que nasci

As (várias) vezes eu tenho a sensação que nasci na época errada. Como diriam meus amigos, eu tenho costumes estranhos de comprar agenda de pessoas mortas* e de acreditar na volta dos que já foram.

Eu realmente posso fazer uma lista de pelo menos mil razões pelas quais eu gostaria de poder voltar no tempo durante uma semana, como assistir TV Pirata, chupando pirulitos que estouram na boca, depois jogar um atari, e assistir a um Festival da Record... Pronto! Agora chegamos no ponto principal deste post: quando o assunto é música, a lista de razões vira uma coisa astronômica, da qual eu não tenho mais controle.

Como diz um grande amigo meu: "menina, saiba que vc está aqui agora por algum motivo!". Eu sei disso, e realmente farei um post só com bons motivos para estar aqui agora, mas quando o assunto é música, fica muito difícil.

Se eu pudesse passar 7 dias em qualquer época, eu certamente os gastaria com música: assistiria um Festival da Record, em especial a final do de 1967; passaria um dia com os novos baianos no sítio de Jacarepaguá; assistiria um show do Tom Jobim; passaria uma madrugada conversando com Vinícius de Moraes; passaria uma tarde ouvindo os improvisos do Sinatra-Farney Fã Club; assistiria o Fino da Bossa no Teatro Paramount e passaria o sétimo dia deprimida sem saber escolher a última opção!!

Sem mais por hoje... e bom fim de semana!

*coleção de agendas "Anotação com arte"

domingo, 8 de março de 2009

Tim Festival sem a Tim

Hoje vou pensar alto meio atrasada, sobre uma notícia que me fez pensar bastante durante essa semana: o fim do Tim Festival.

Na semana passada, no dia 04 de março, a empresa comunicou que retiraria o patrocínio ao TIM Festival e ao Prêmio TIM, pois a verba investida até então nos projetos seria repassada para outras alternativas de comunicação da marca.

Esta notícia é suficiente para alimentar milhares de pensamentos, em temas diversos, como a relevância cultural do projeto e sua importância no cenário musical brasileiro; ou como a perda de patrocínios representa o reflexo da crise econômica no mercado cultural; ou ainda como as operadoras possuem estratégias de comunicação incompreensíveis.

Mas o pensamento que gostaria de colocar alto aqui corresponde a minha primeira e estúpida reação ao ler esta notícia. "Tim retira o patrocínio ao Tim Festival" me soou algo como "Bombril abandona fábrica de palhas de aço, e as palhas buscam outra marca para dar continuidade a produção".

E é esse tipo de sensação de propriedade que difere um evento nominado de um investimento sob a chancela de patrocínio (Ex: Bradesco patrocina Circo du Soleil). Os eventos nominados pela marca geram maior apropriação dos conteúdos, e não parecem fazer sentido sem a empresa. De forma mais efetiva do que a chancela patrocínio, os eventos nominados permitem a transferência direta dos atributos e ampliam a lembrança da marca associada, de forma que a retirada do patrocínio da TIM ao Tim Festival pareça significar o fim do projeto criado e mantido pela TIM.

Sabemos que isso não é verdade, já que o Tim Festival já existia antes da Tim com o nome de Free Jazz Festival, e provavelmente existirá depois da Tim com a nominação de outra marca. Mas sabemos também que este investimento da Tim foi tão efetivo e conectado com a essência da marca que, ao menos para a minha geração, parecia que ele havia sido desenvolvido pela empresa.

Eu, como comunicóloga e defensora da interação entre as empresas e o meio cultural, só tenho a lamentar por essa notícia. Não estou dizendo que a TIM não possui seus motivos estratégicos para tomar tal decisão, longe disso. Por outro lado, opino de que esta decisão acarretará na perda de um importante ponto de contato com públicos da operadora, que gerava experiência efetiva e positiva da marca.

Ao meu ver, a empresa tem um grande desafio de transparecer suas opções estratégicas sem afetar o processo de construção da marca, e sem gerar ruídos no relacionamento com seus públicos. A começar por uma comunicação mais transparente e integrada do acontecimento, que vá além de uma nota de imprensa.

De qualquer forma... espero que venha a nova Tim desta história, e se aproprie de tudo isso, pois nós queremos o Festival!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Bem-vindos, mas não façam o que eu faço.

Além do polegar opositor, sabemos que a capacidade de raciocínio é uma das principais características que diferenciam nós, seres humanos, de outros seres animais que não convivem com a constante tortura de pensar muito mais rápido do que conseguem organizar em palavras, gestos e qualquer outra manifestação bizarra. Uma pessoa pensa em média em 500 palavras por minuto, das quais consegue falar apenas 150, se for uma tagarela frenética.

Como este não é o meu caso, que demoro mais um minuto para pensar em quais das 15o palavras eu quero colocar pra fora, e neste ponto já acumulei mais 500 palavras para filtrar, resolvi me dar a chance de pensar alto em alguns momentos e me utilizar dos avanços tecnológicos para expor minhas opiniões, ideias e pensamentos.

Publicitária que sou, sei muito bem da veloz multiplicação dos blogs, da comotização dos veículos de comunicação, da necessidade de diferenciação e definição de um posicionamento competitivo, da atenção e retenção seletiva, e dos inúmeros outros motivos que classificam a ideia deste blog como no mínimo estúpida.

Mas resolvi adotar a regra "faça o que eu digo mas não faça o que eu faço", e proporei um espaço para a discussão de temas diversos, sem diferencial claro em comparação aos inúmeros outros blogs existentes, sem posicionamento competitivo, sem um público claramente definido, sem nenhum esforço de comunicação e com baixíssimo valor agregado. Afinal, ainda não posso ser considerada especialista em nada.

O objetivo é expor temas, assuntos e ideias de meu interesse, que já adianto a vocês que provavelmente serão relacionados aos temas listados no cabeçalho, com foco em marcas e comunicação (não me comprometo em atender constantemente as expectativas dos leitores) e trocar pensamentos com pessoas que tenham alguma afinidade com os assuntos.

Contra as regras comuns do mercado, o Pensando Alto irá tomando forma com o tempo, de acordo com meu desenvolvimento como pensadora, com a opinião dos raros leitores, e com minha especialização em alguns assuntos.

Daqui um tempo espero poder reescrever este texto, reapresentando o Pensando Alto e sua grande sacada.

Até lá, que sejam bem-vindos os interessados, e pensemos juntos!

Inspiração