Olá pessoal! Conforme prometido, segue o post do meu amigo, mencionado no post do dia 10 de abril, “Eu quero mudar o mundo. Por onde eu começo?”.
Devo fazer um alerta antes que você prossiga a sua leitura. Sou considerado um tanto quanto prolixo na formulação das minhas idéias. Eu prefiro dizer tudo que tenho pra falar mesmo que não haja o que ser dito. Pecarei por falar demais, mas nunca por me calar. Caso você não concorde em nenhum aspecto comigo, ótimo. Afinal quando duas pedras se chocam sai faísca.
O que pretendo oferecer a vocês nesse texto nada mais é do que uma pílula azul. Muito semelhante com aquela que o Neo ingeriu em Matrix. O diferencial da minha pílula é que vocês podem voltar a realidade depois, se desejarem e conseguirem.
Tenho certeza que muitas pessoas olham o tema da Sustentabilidade de forma muito restrita e até mesmo preconceituosa. Para falar bem a verdade eu não me importaria nenhum pouco se isso não dissesse respeito a mim, mas diz. Aliás diz respeito a todos nós. Sustentabilidade não é abraçar árvores, não é pular no mar para defender as baleias, enfim sustentabilidade não é feita por “ecochatos” desocupados.
Sustentabilidade é algo muito mais realista e menos utópico. O termo Desenvolvimento Sustentável surgiu em 1987 numa série de rodadas da Comissão Brundtland, realizada pela ONU na Noruega. Ao final dessa Comissão especialistas do mundo inteiro elaboraram um relatório que aponta claramente para a incompatibilidade entre os padrões de produção e consumo vigentes e o Desenvolvimento Sustentável. Portanto Sustentabilidade é tudo aquilo que supre as necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras suprirem suas próprias necessidades. Ok, mas o que isso implica na minha vida?
Pense que seus pais tomavam sol sem protetor solar e nem se preocupavam com o câncer de pele. Que na época deles as águas de março fechavam o verão. Na época deles existia o verão. Hoje o que vemos é um desequilíbrio completo do clima. Chuvas previstas para três meses caem em um ou dois dias. O verão é o ano inteiro, o inverno também pode ser. Não existe mais época do ano. Quem nunca saiu agasalhado até a cabeça e o no final do dia estava implorando por um banho gelado? É disso que estou falando, das implicações diretas na sua vida.
Assistam o documentário “Uma Verdade Inconveniente” e vocês terão a noção exata do efeito destruidor que estamos causando ao Meio Ambiente. Aliás não existe MEIO ambiente, o ambiente é um só, ele é sistêmico e dinâmico. O que é feito de um lado do mundo irá afetar muitos outros lugares. Da época dos seus pais para cá foram menos de 50 anos. Pergunte a eles o que eles faziam que você não faz. Ouça a resposta deles e projete o futuro dos seus filhos.
Quero borrifar todos que acreditam que não tem nada a ver com isso ou que a responsabilidade é exclusivamente das empresas e dos Governos. Não, não é. Não existem empresas, não existem Governos. Existem apenas pessoas. Você por acaso já cruzou com a Microsoft ou com a Unilever em alguma balada? Não, nunca cruzou. Pessoas Jurídicas são feitas por Pessoas Físicas de carne e osso. Antes de sermos publicitários, administradores de empresas, advogados, jornalistas e políticos somos humanos. Pais e mães, irmãos e irmãos, tios e primos, e todos nós somos filhos. Assim como outros 30 milhões de espécies que compartilham o mesmo solo, ar e água que nós. É por isso que chamam a Natureza de Mãe. Porque na verdade é ela quem nos dá a vida. Antes de mais nada saibam que quem tem o poder de dar a vida também tem o poder de tirar. Infelizmente acredito que estamos muito mais para o suicídio coletivo da espécie humana e outras que nada tem a ver com os nossos padrões de consumo e produção.
Para finalizar quero deixar alguns fatores incontestáveis e alarmantes. Existe uma medida que se chama Biocapacidade, que se refere a quantidade de recursos naturais de um determinado território. Em 1961 a humanidade precisava de metade da Terra para suprir suas necessidades. Em 1981 atingimos a marca dos 100%, ou seja consumimos todos os recursos naturais disponíveis para aquele ano. Em 1995 ultrapassamos 10% dessa capacidade. Em 23 de setembro do ano passado atingimos o Earth Overshoot Day, ou seja, antes do ano acabar já havíamos consumido tudo que podíamos. E ai eu lhes pergunto paramos de consumir? Não! Finalizamos o ano ultrapassando 40% de todos os recursos disponíveis. Em 2050 vamos precisar de duas Terras para atender nossos padrões de consumo. Isso não é a opinião de um ecochato, isso é um fato, é um dado. Por isso pensem duas vezes antes de alegar falta de pragmatismo nos meus argumentos.
O meu ponto não é mais se vamos ser mais sustentáveis. Quanto a isso eu não tenho dúvidas, mesmo que seja por um colapso total dos recursos naturais, teremos que mudar. O meu ponto é conseguiremos reverter a insustentabilidade do nosso sistema a tempo de evitar maiores catástrofes e sofrimento? Estamos dispostos a adotar um ritmo de vida menos impactante? Adotar o modelo Slow life? Eu não oferecerei respostas para essas perguntas. Esperem de mim apenas os questionamentos, as soluções dependem de nós.
Sejamos a mudança que você queremos ver no mundo.
Nesse vídeo uma criança canadense (Severn Suzuki) fala para um grupo de governantes do mundo inteiro durante a ECO 92. É imperdível.
Acho que muitos já viram esse vídeo, mas, quem ainda não se convenceu de o modelo em que vivemos é insustentável assista e me mande contra-argumentos se for capaz.
Story of Stuff
Felipe Zanola, 22 anos, é publicitário de formação e atua em sustentabilidade na indústria farmacêutica.
Já vi um texto parecido! hehehehe
ResponderExcluirAlias, aguardamos um texto seu, Tatiana...
E não perca! Essa terça o Paulo Dragocinovic estará no Mtv Debate, as 22h30 do Brasil... creio que estará disponível no site da emissora.
E ve se manda notícias...!